Entrevista revela a motivação de preservar e restaurar a Mata Atlântica

Em uma área rural localizada no bairro Barrocão, em Socorro/SP, a proprietária Rina Orlandi Marchesi e sua família, decidiram embarcar em uma nova jornada pela restauração ecológica. Com um compromisso inabalável com a preservação do patrimônio histórico ambiental, ela compartilha sua experiência e os motivos que a levaram a tomar essa decisão.

Em uma conversa com a Copaíba, Rina fala sobre os desafios e as recompensas de restaurar uma propriedade que está na família há várias gerações. “Tomamos a decisão de restaurar novamente a propriedade porque nos primeiros projetos tivemos um aumento considerável na quantidade de água. Assim nos motivando a continuar com novos projetos”. A primeira restauração ocorreu em 2019, onde foram recuperados 0,72 hectares, com o plantio de 1.600 mudas nativas da Mata Atlântica, através do projeto Verde Novo implantado pela Associação Ambientalista Copaíba. Com o passar do tempo e as mudanças nas condições climáticas, novos desafios encorajaram a família a empreender esta segunda jornada pela restauração, “temos certeza de que com o reflorestamento, com o aumento dos recursos hídricos, estaremos assim contribuindo com o meio ambiente”.

A decisão de restaurar uma propriedade pela segunda vez não é algo incomum. Mais de 350 proprietários participaram da restauração em suas terras, nessas mais de duas décadas de atuação da Copaíba. Muitos deles se inscreveram para ter novamente plantios, depois que compreenderam o sucesso e os ganhos que trouxeram para suas comunidades através da restauração. Esse também é um fator que estimula vizinhos e conhecidos a despertarem seus interesses por terem uma propriedade restaurada. “Já somos questionados por outras pessoas sobre o que temos feito aqui, e percebemos que eles também se sentem motivados para restaurar “, destaca Rina, “se pudermos dar um conselho para outros proprietários de terras que estejam considerando iniciativas semelhantes de reflorestamento, afirmamos que eles podem esperar um aumento dos recursos hídricos e a valorização de suas propriedades”.

A nova temporada de plantios da Copaíba já começou e teve como “abre-alas” a propriedade da Rina e sua família. Dois projetos de restauração foram implantados, sendo o primeiro financiado pelo Fe-Hidro (Fundo Estadual de Recursos Hídricos), que por meio do financiamento de programas e ações na área de recursos hídricos, busca promover a melhoria e a proteção dos corpos d’água e de suas bacias hidrográficas; e o segundo projeto é o Raízes do Mogi Guaçu, programa que tem o objetivo de proteger, recuperar e restaurar nascentes e áreas ripárias (interação entre vegetação, solo e um curso d’água) do rio Mogi Guaçu. Ambos os projetos, tendo a Copaíba como implementadora, irão restaurar 12,61 hectares, sendo 6,46 hectares de regeneração natural assistida. Foram 10.400 mudas plantadas, que visam proteger 6 nascentes e 2 córregos, que desaguam no Rio do Peixe.

A história da Rina destaca a importância da preservação ambiental e inspira outros proprietários a considerarem a restauração como um ato de responsabilidade. Esta segunda jornada não é apenas uma continuação da renovação da paisagem, mas um compromisso reafirmado de que agora, mais do que nunca, é tempo de agir.