Mulheres assumem a liderança na restauração de terras: Uma revolução no campo

Mulheres assumem a liderança na restauração de terras: Uma revolução no campo

Publicado em: 28 de junho de 2024

Nos últimos anos, o cenário de restauração de terras tem passado por uma transformação significativa. O que antes era dominado majoritariamente por homens, hoje vê as mulheres assumindo a liderança e fazendo a diferença na recuperação ambiental. A Associação Ambientalista Copaíba organizou esse comparativo e já consegue registrar essa mudança notável.

A Mudança de Guardião das Terras

Historicamente, a propriedade e a gestão de terras no Brasil sempre foram associadas aos homens. Desde os tempos coloniais até as últimas décadas, a figura do fazendeiro ou proprietário rural era quase exclusivamente masculina, por isso, era também deles a escolha de restaurar uma parte de suas terras. Entretanto, um estudo recente da Copaíba revelou que as mulheres estão não só entrando neste setor, mas também dominando-o com novas perspectivas e abordagens.

A pesquisa apontou que, em 2021, cerca de 35% das propriedades rurais que participavam dos programas de restauração ecológica eram administradas por mulheres. Esse número subiu para 55% em 2024, indicando um crescimento significativo e uma mudança estrutural no campo.

A mudança no perfil dos proprietários rurais tem sido acompanhada por mudanças na forma de mobilizá-los para a ação.

A coordenadora da restauração ecológica, Ana Paula Balderi, conta que há algum tempo atrás o comum era as assinaturas de contratos serem majoritariamente feita pelos homens, mas chegar até esse momento, era uma iniciativa construída pelas mulheres. Uma forma de conseguir falar sobre a restauração e sua importância, era por meio de cursos para as mulheres do campo, como produção de geleias e outros alimentos. As mulheres levavam para suas casas novos conhecimentos e apresentavam para seus esposos, que vinham a se interessar. “Nós também, enquanto mulheres, que apresentavam os programas e gerimos os projetos, muitas vezes éramos desacreditadas em uma abordagem comum, por isso, criamos esses momentos de trocas entre mulheres, e assim, todos saímos ganhando ao final”, conta Ana Paula.

Hoje, também é possível perceber que o proprietário que chega para restaurar, já está muito mais engajado com a causa, compreende a interligação entre água e floresta, e busca soluções para toda a vida na Terra, para além do seu território.

 

O Impacto na Mata Atlântica

A restauração ecológica é crucial para a manutenção da Mata Atlântica, um dos biomas mais ricos e ameaçados do planeta. A Mata Atlântica, que abriga 3 em cada 4 brasileiros, hoje está reduzida a apenas 26%* de sua extensão original. A recuperação dessa área é vital para:

  • Manutenção da biodiversidade: Ela abriga cerca de 20 mil espécies de plantas, mais de 800 espécies de aves, mais de 300 espécies de anfíbios, mais de 190 espécies de répteis, mais de 250 espécies de mamíferos e mais de 350 espécies de peixes.
  • Regulação do clima: Florestas em recuperação ajudam a sequestrar carbono, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas.
  •  Proteção dos recursos hídricos: As áreas restauradas auxiliam na proteção de nascentes e rios, garantindo a qualidade e quantidade de água para as terras e suas comunidades.

*Dado do MapBiomas 2022

 

Convite à Ação

A transformação no perfil dos restauradores de terras é um sinal positivo de que a restauração ecológica está ganhando novas forças e perspectivas. A Copaíba convida todas e todos os proprietários/as de terras, a se inscreverem em seus programas. Este é um passo crucial para garantir um futuro sustentável para essa e para as próximas gerações.

Se você é proprietário de terras e deseja contribuir para a recuperação da Mata Atlântica, inscreva-se no site da Copaíba ou entre em contato através do telefone: 19 99667-0229 e faça parte dessa revolução verde.

Para mais informações, preencha o formulário em www.copaiba.org.br e descubra como sua participação pode transformar o cenário ambiental do Brasil.

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