Copaíba denuncia situação crítica de queimadas no Circuito das Águas Paulista e pede ações urgentes do poder público
Copaíba denuncia situação crítica de queimadas no Circuito das Águas Paulista e pede ações urgentes do poder público
A Associação Ambientalista Copaíba, atuante há 25 anos pela conservação da Mata Atlântica nas bacias dos rios do Peixe e Camanducaia, emitiu um alerta urgente para as autoridades municipais, estaduais e federais sobre a crise das queimadas irregulares no leste do estado de São Paulo. Com ofícios direcionados às promotorias de Amparo (que também atende Monte Alegre do Sul) e Serra Negra, ao Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (GAEMA), à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (SEMIL) e ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), a Copaíba solicitou no último mês, medidas imediatas de prevenção, controle e criminalização de queimadas que estão devastando a vegetação nativa e afetando diretamente a população local.
Os dados são alarmantes: entre 21 de agosto e 9 de outubro de 2024, foram registrados pelo Programa Queimadas do INPE (BD Queimadas) um total de 2.074 focos de incêndio nos municípios das bacias do Peixe e Camanducaia. Amparo (594 focos), Monte Alegre do Sul (382), Serra Negra (348) e Itapira (240) são os municípios mais críticos, somando mais de 75% dos focos de incêndio na região. Além das perdas de fauna, os incêndios já comprometeram mais de 2.300 hectares de fragmentos de mata nativa e áreas em processo de restauração. Em Monte Alegre do Sul, somente nos últimos três meses, foram devastados aproximadamente 940 hectares, incluindo fragmentos de mata em áreas públicas da APTA Regional de Monte Alegre do Sul.
A situação é ainda mais preocupante quando se considera o impacto nas áreas de recarga do rio Camanducaia, um dos mananciais essenciais para a Bacia Hidrográfica dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). Mais da metade das queimadas ocorreram dentro da APA Piracicaba Juqueri-Mirim Área 2, incluindo fragmentos nas cabeceiras da futura barragem Duas Pontes, projetada para abastecer parte da região metropolitana de Campinas. A perda dessas áreas de vegetação nativa representa uma ameaça direta aos recursos hídricos da região e pode comprometer o abastecimento de água no futuro.
Diante da previsão de altas temperaturas e secas mais severas para os próximos anos, a Copaíba alerta para a urgência de ações estruturais e solicita rigorosa fiscalização das áreas afetadas. “Precisamos de medidas estruturais para combater as queimadas, e essas ações precisam começar agora, tanto no nível municipal quanto estadual. Isso inclui leis mais robustas e fiscalização rigorosa, além de campanhas educativas, mapeamento das áreas mais vulneráveis e fortalecimento das Defesas Civis e das brigadas locais. Tudo isso é essencial para que os crimes ambientais que vimos este ano não se repitam, comprometendo ainda mais a vida na região”, afirma Camila Conti, presidente da Copaíba. Há fortes indícios de que muitos desses incêndios são iniciados por práticas criminosas e irresponsáveis, agravando ainda mais a crise ambiental.
Os incêndios irregulares, além de ameaçarem a biodiversidade e a vida silvestre, comprometem Áreas de Preservação Permanente (APPs) e prejudicam as comunidades locais que dependem da água subterrânea e dos cursos d’água intermitentes. A destruição das matas ciliares e dos solos leva a prejuízos econômicos e ambientais duradouros, e a fumaça e poluição decorrentes dessas queimadas trazem sérios riscos à saúde pública.
Diante desse cenário, a Copaíba reforça a importância de preservar e restaurar a Mata Atlântica como um passo essencial para proteger os recursos hídricos, garantir a biodiversidade e assegurar uma vida saudável para a região do Circuito das Águas Paulista. A conservação dessas áreas é fundamental para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, restaurar os ecossistemas afetados e proteger as comunidades locais. A Copaíba conclama a sociedade civil e o poder público para que unam esforços em ações de controle, fiscalização e conscientização que priorizem o combate às queimadas e a proteção dos remanescentes de Mata Atlântica na região.
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