Brasil em chamas: Seca prolongada e ação humana intensificam queimadas em todo o país
Brasil em chamas: Seca prolongada e ação humana intensificam queimadas em todo o país
O Brasil enfrenta uma crise ambiental sem precedentes, com um aumento alarmante no número de queimadas em todo o território nacional. Nos últimos meses, de norte a sul do país, vastas áreas de florestas, cerrado e outros biomas, foram consumidas pelo fogo, causando danos irreparáveis à biodiversidade e à qualidade do ar.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o número de focos de incêndio no Brasil, passaram de 4,5 mil no último final de semana, somados aos mais de 100 mil focos registrados desde janeiro, um aumento de 78% sobre o mesmo período do ano passado.
As regiões mais afetadas incluem principalmente a Amazônia, depois o Cerrado, a Mata Atlântica e o Pantanal, e suas causas são diversas e complexas, envolvendo fatores naturais como a seca prolongada e atividades humanas como práticas agrícolas inadequadas e ações criminosas. As consequências dessa crise são devastadoras, impactando não apenas o meio ambiente, mas também a saúde da população, a economia e o clima global.
A intensificação das queimadas em 2024 expõe a fragilidade das políticas de proteção ambiental no Brasil. A legislação brasileira possui diversas normas e leis que visam proteger o meio ambiente e combater as queimadas, como o Código Florestal (Lei nº 12.651/2012), que define as áreas de preservação permanente, estabelece regras para o uso do fogo e determina as responsabilidades dos proprietários de terras. No entanto, a aplicação de leis como essa, nem sempre são eficazes, o que deixa clara a necessidade de ações mais robustas e coordenadas, sendo fundamental que o poder público implemente medidas mais rigorosas para prevenir, fiscalizar e combater os incêndios, com punição exemplar aos infratores.
Queimadas no Interior de São Paulo: Um panorama recente
A crise das queimadas no estado de São Paulo também atingiu níveis históricos em agosto de 2024. Com mais de 3.400 focos de incêndio, o estado viveu um dos piores meses desde o início dos registros, em 1998 pelo INPE. A fumaça que cobriu cidades inteiras no último fim de semana é um claro sinal da gravidade da situação.
As regiões de Ribeirão Preto e São José do Rio Preto concentraram o maior número de ocorrências, com aspectos em comum para todo o estado, como mais de 80% terem início em áreas de uso agropecuário e quase ao mesmo tempo, com apenas 90 minutos de diferença entre eles. Esses são resultados de uma análise do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), nesta terça (27). Segundo o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, quase 100% das queimadas no estado paulista foram causadas por ação humana.
Socorro e região: As cicatrizes do fogo e a esperança da regeneração
Os incêndios que assolaram todo o país, também atingiram a nossa região, deixando marcas profundas em nosso ecossistema. A perda da vegetação nativa não se limita à destruição imediata, mas desencadeia uma série de impactos duradouros.
Em Socorro, ao menos 28 hectares de florestas foram queimados no último final de semana, de acordo com o nosso prévio levantamento. Para cada hectare perdido, significa que a fauna perdeu seu habitat, o solo ficou mais exposto à erosão e a capacidade de retenção de água foi comprometida, podendo alterar o regime de chuvas e aumentar o risco de deslizamentos, enchentes etc. A regeneração natural dessas áreas pode levar décadas, e muitas vezes não ocorre de forma completa, exigindo ações de restauração.
Na última temporada de chuvas, de outubro de 2023 a março de 2024, ou seja, em 5 meses, a Copaíba plantou em 60 hectares de áreas degradadas, que estão sendo cuidadas e monitoradas por pelo menos os próximos dois anos, e com empenho e esperança, conseguirão formar novos fragmentos florestais.
Em um dia, em apenas 24 horas, quase 30 hectares de florestas foram destruídos pelo fogo.
Não apenas em Socorro, mas em toda a nossa área de atuação, das bacias dos rios do Peixe e Camanducaia, recebemos relatos de áreas de florestas parcialmente ou totalmente queimadas, inclusive em áreas que estavam em processo de restauração ecológica.
Diante desse cenário, assistimos mais uma vez à devastação de nossas florestas por incêndios criminosos. A desilusão nos invade ao perceber que, apesar de todos os esforços para conscientizar e conservar o meio ambiente, a ganância e a irresponsabilidade continuam a acontecer, colocando em risco a vida de diversas espécies e comprometendo o equilíbrio do nosso planeta.
Queimadas: Denuncie!
Você testemunhou uma queimada ilegal? Não se cale! Denunciar é o primeiro passo para combater esse crime ambiental. Existem diversas formas de reportar o ocorrido:
* Canais Oficiais: Entre em contato com órgãos como o IBAMA, os bombeiros (193) ou a defesa civil (199). Forneça detalhes como o local exato, data e hora da ocorrência, e qualquer outra informação que possa auxiliar na identificação dos responsáveis.
* Linhas Diretas: Muitos municípios possuem canais específicos para denúncias de queimadas. Em Socorro-SP, por exemplo, a Lei Municipal nº 3825/2014 prevê multas para infratores, e a população pode denunciar pelo WhatsApp (19) 99613-7057.
* ONGs: Procure organizações não governamentais que atuam na proteção ambiental. Elas podem te orientar sobre os procedimentos de denúncia e oferecer suporte.
* Imprensa: Caso tenha provas e segurança, entre em contato com a imprensa local. A divulgação do caso pode gerar pressão sobre as autoridades e sensibilizar a população.
Preservar a Mata Atlântica e combater as queimadas ilegais exigem esforços conjuntos da sociedade, autoridades governamentais e organizações ambientais. Ao denunciar essas atividades ilegais, você está contribuindo para a proteção e a saúde das pessoas, dos animais e do meio ambiente. Seja um defensor da natureza e ajude a acabar com as queimadas!
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