Custo Social do Carbono X Desinformação Climática

Custo Social do Carbono X Desinformação Climática

Publicado em: 12 de janeiro de 2024

O CUSTO SOCIAL DO CARBONO é um conceito fundamental para a compreensão dos desafios econômicos e ambientais que as mudanças climáticas representam para a sociedade atribuindo um valor monetário aos impactos causados pelo aquecimento global.

Temas relacionados à sustentabilidade ambiental e climática têm ganhado cada vez mais espaço na discussão pública, na agenda governamental e empresarial. Dentre esses temas, a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) recebe um destaque especial devido aos impactos generalizados que o aquecimento global pode causar.

Como a Terra é um sistema onde tudo está conectado, mudanças em uma área podem influenciar mudanças em todas as outras áreas da vida, ou seja, ao influenciar negativamente para a mudança do clima podem afetar a saúde, a capacidade de cultivar alimentos, habitação, segurança, trabalho etc. Contudo, a desinformação sobre a mudança global do clima ainda é um obstáculo para o progresso no enfrentamento da crise climática e, portanto, é necessário deixar esses impactos ou custos sociais mais explícitos para a sociedade, os traduzindo em valores monetários. 

Muitas pessoas pensam que a mudança climática significa somente temperaturas mais altas. Mas o aumento da temperatura é apenas o começo da história.

BENEFÍCIO: Ao estimar o Custo Social do Carbono (CSC), os governantes tomadores de decisões, empresas e toda sociedade civil, podem avaliar o custo-benefício de diferentes políticas e medidas de mitigação das mudanças climáticas. Além de que o CSC é importante para os instrumentos de precificação de carbono. Em uma política otimizada, que maximize o bem-estar da população, o preço do carbono deve ser igual ao seu custo social.

DESAFIO: Estimar esse custo, no entanto, não é algo trivial devido à complexidade dos sistemas climáticos e as incertezas relacionadas ao desenvolvimento tecnológico, crescimento da renda da população, taxas de juros da economia, preferências das populações e assim por diante.

PARA REFLETIR: Qual é o custo da escassez de água numa propriedade rural que depende dela para criação de animais e cultivo agrícola? Além das pessoas e animais, quem ou o que mais dentro desta cadeia/sistema será impactado? Ou ainda, se as chuvas extremas prejudicarem um cultivo agrícola, qual valor será pago por este alimento nos estabelecimentos comerciais? Quem serão as pessoas mais impactadas?

Tanto o meio ambiente, quanto as sociedades humanas, sofrem com os efeitos e prejuízos das mudanças climáticas, como: o aumento no nível do mar, inundações, deslizamentos de terra, redução da produtividade agrícola e na disponibilidade de água doce, extinção de espécies, aumento da incidência de pragas e doenças, aumento da insegurança alimentar – especialmente em regiões vulneráveis, entre tantos outros exemplos.

Você conhece as políticas ou ações relacionadas ao clima em sua cidade? Sua empresa reconhece seus impactos socioambientais negativos e adota políticas e ações de redução, prevenção ou compensação?

Hoje estamos sob a visão do efeito carona ou de “eu faço se você fizer”, de forma que os acordos municipais, regionais, estaduais, nacionais e globais necessitam de um esforço de coordenação para que sejam amplamente adotados. Nesse sentido, o CSC é também um instrumento para ancorar os preços globais, para evitar que a precificação de créditos de carbono seja realizada de forma desigual entre os países.

A União Europeia já está estabelecendo normas que propõem o fim dos veículos a gasolina, imposto sobre o querosene aéreo, taxação sobre as importações e reforma do mercado de carbono sob o risco de aumentar o preço dos combustíveis. No Brasil, assim como outros países que estruturam estratégias para enfrentar a emergência climática, os olhares estão atentos para as possíveis concorrências de mercado.

 Fonte: Way Carbon

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